Imagine o seu clube do coração ter o mesmo dono que um adversário na briga pelo título continental. Ou um time da segunda divisão da Bélgica. E mais um dos Estados Unidos. E outro da Índia. Quem sabe uma filial na Austrália? Essa é uma realidade cada vez mais concreta.
O torcedor pode ficar confuso num primeiro momento, mas o futebol vê hoje a expansão de conglomerados multinacionais detentores de diversos clubes ao redor do mundo. Esse fenômeno, chamado de multi-club ownership (multipropriedade de clubes, em inglês), tem impactado o mercado da bola de maneira significativa.
Levantamento do Instituto de Inteligência do Esporte do Centro Internacional de Estudos de Esporte (CIES Sports Intelligence) indica a existência de pelo menos 33 casos no futebol internacional, envolvendo 85 clubes. A maioria dos exemplos está na Europa.
O crescimento foi de 100% em apenas cinco anos nas 15 principais ligas do continente: em 2016, eram 20 clubes ligados a estruturas com múltiplas propriedades; ao final de 2020, eram pelo menos 40. Mais da metade desses estão no "top 5" europeu: Premier League (Inglaterra), La Liga (Espanha), Bundesliga (Alemanha), Serie A (Itália) e Ligue 1 (França).
O cenário evoluiu tanto nos últimos anos que especialistas no assunto consideram quase impossível definir padrões ou semelhanças entre as companhias e os agentes econômicos envolvidos na compra de clubes.
- Multinacionais globais, corporações internacionais, firmas de investimentos, xeiques, príncipes, empresários individuais de praticamente cada continente do mundo, academias privadas de futebol ou os próprios clubes estiveram diretamente envolvidos em algum tipo de estratégia de multiproriedade nos últimos anos - diz Fernando Roitman, um dos fundadores do CIES Sports Intelligence.
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