Nos bastidores políticos em Brasília, as especulações sobre a possibilidade de os deputados federais Arthur Lira (PP-AL) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL) serem indicados para ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuam intensas. No entanto, interlocutores próximos ao Palácio do Planalto avaliam que essa hipótese ainda é improvável, especialmente diante das articulações políticas que envolvem outras lideranças e partidos da base governista.
A reportagem da Tribuna Independente entrou em contato com as assessorias de Arthur Lira e Isnaldo Bulhões para comentar as especulações, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Caso fossem nomeados para ministérios, Alagoas passaria a contar com três ministros no governo Lula – Renan Filho (Transportes), Arthur Lira e Isnaldo Bulhões. Esse cenário poderia gerar desconforto entre outras lideranças partidárias e estados, que buscam ampliar sua influência na Esplanada dos Ministérios.
FORA DA REFORMA?
Fontes ligadas ao MDB indicam que Isnaldo Bulhões pode estar fora da corrida por um ministério, sendo reservado a ele o papel de articulador da sigla para estruturar uma chapa forte nas eleições gerais de 2026. A liderança de Isnaldo dentro do MDB na Câmara é considerada estratégica, especialmente para fortalecer o partido no próximo pleito.
LIRA E A AGRICULTURA
Já Arthur Lira, que até o momento mantém influência no Congresso Nacional, tem sido mencionado como possível nome para o Ministério da Agricultura. Contudo, essa indicação enfrenta forte resistência do PSD, liderado por Gilberto Kassab, que já deixou claro que não deseja perder o comando da pasta. Kassab, inclusive, tem se manifestado contra a saída de Carlos Fávaro do ministério e direcionado críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como forma de pressionar o governo.
Além da Agricultura, circula nos corredores de Brasília a possibilidade de Lira ser indicado para outra pasta com menor orçamento, como Portos e Aeroportos. No entanto, aliados do deputado já teriam sinalizado que essa alternativa não é bem-vista, pois teria menor peso político e menos margem de atuação junto aos parlamentares.
O destino de Lira e Isnaldo deve ficar mais claro após a eleição para a presidência da Câmara e do Senado, realizada no último sábado (2), já que o governo Lula precisa garantir uma base sólida no Congresso para a aprovação de projetos estratégicos, e a negociação de cargos ministeriais é parte fundamental desse processo.